Contraponto L Word pouco mais é do que o avesso lésbico de Sexo e a Cidade.Pouco mais ou quiça essencialmente. Baixa-se em cerca de dez anos a média etária de Sexo e a Cidade, troca-se Nova Iorque por Los Angeles, um quarteto de fêmeas heterossexuais sedentas de sexo e romance por um sexteto de lésbicas sequiosas de sexo e aventuras. Trocam-se ainda as toilettes de luxo por outfits mundanos, uma cronista de renome por uma jovem ficcionista prenhe de bloqueios criativos e sexualmente ambivalente, uma galerista de sucesso por uma directora artística emergente, uma predadora sexual acima dos 40 por uma novata depravada vai com todas, um heterossexual seguro, inteligente e esquivo a compromissos por um moço heterossexual casamenteiro, inseguro e atordoado como uma tartaruga recém-nascida, clubes e festas de primeira por espeluncas underground, inseguranças e tibiezas da mulher cosmopolita pela combatividade e constante exaltação da lésbica contemporânea, o proverbial apelo da maternidade e do lar tradicionalista pela ambição de conquista do direito a um novo modelo familiar nuclear, a ausência de um discurso feminista por uma pose militante, o fim do século vinte pelo dealbar do novo milénio, e temos o esqueleto de L Word. Em Sexo e a Cidade o importante era história, em L Word o que importa é sobretudo a mensagem. Daí resultando a exigente disponibilidade física cobrada às actrizes. Sexo e a Cidade – estafantes reposições e repetições na Sic. L Word – RTP 2