dawntown

...it sticks between the teeth of the mind...

Sunday, June 17, 2007

 
Bus 4

Aos magotes de aficionados que diariamente afluem a este blogue ávidos de insensatez informa-se que o mesmo cessa por aqui actividades. Avizinham-se dias solarengos, para além de que, entre postagens, germinou a ideia de um outro espaço. Tão rotudamente irrelevante, mas mais vibrante. Até.

Thursday, June 14, 2007

 
Art 2

Everything everyone holds against painting is true. It is an anachronism. It is outdated. It's obscene the way it turns any kind of horror into a type of beauty. It's decadent. It's arrogant the way it insists it's unique. And then it's stupid because it can't answer any questions. Why do we still care to look at images?

Monday, June 11, 2007

 
Bus 3


Tuesday, June 05, 2007

 
Narrativas 2

Mais uma fina ironia perpassou a programação da segunda plataforma do fórum O Estado do Mundo, na Gulbenkian. Aliás, pretender analisar o mundo sem experimentar a ardência das suas ironias equivale a desejar fitar o sol de frente sem sofrer ofuscação. No âmbito das Grandes Lições aguardava-se com sublinhada curiosidade a dissertação de Paul D. Miller, o renomado dj Spooky, sobre a reconfiguração do mapa sónico a par da revolução tecno-digital. Reside precisamente aí a figura de estilo. Sinal dos tempos, a lição de Miller estava já disponível no You Tube, pelo que restava apenas saber quanto de up grade traria a Lisboa. Na verdade, tratou-se de um dos mais significativos atestados sobre o estado do mundo levados ao auditório 2. Não pelo conteúdo mas pelo formato e pela estratégia que lhe subjaz. A comunicação de Miller – anunciada como «tudo menos convencional» - obedece a critérios ferreamente delineados. Concebe-se como produto, marca, ready made, performance, show off, franchise, operação de marketing. Os pormenores são costurados e medidos com precisão. Impressiva a parafernália multimédia – o inevitável portátil da Apple, a table, o misturador, o editor de vídeo, a projecção (e manipulação) de imagens, a prestidigitação do orador, a gradual escalada dos decibéis. A injecção de inebriamento no auditório encetada logo a partir do compasso de espera de 15 minutos para lá da hora prevista para o início da conferência. 15 minutos de expectativa, de absorção osmótica de todo o aparato visual e ‘energético’ exposto, incluindo a aura nova-iorquina(if you can make it there you can make it anywhere) de Spooky, impávido e sereno a um canto debruçado sobre o seu Mac, supostamente ultimando as pontas da sessão, enquanto a música ambiente seleccionada tempera o público e funciona como apetizer ritualista. Deve ter-se informado sobre o apego português a um delayzito*. Miller levanta-se. «Ok».Tem início a lição. «Ok», é palavra que mais se ouvirá ao longo de uma hora. Após 15 minutos de espera, e convenientemente afundados nos assentos, os 'espectadores' merecem ser gratificados. Minúsculo simulácro do programa de Ophra. A plateia manifesta contentamento, ainda que subtil. São distribuídas cópias de 4 cds cada qual com remisturas em torno de um estilo musical específico. Miller sugere que, consoante os gostos, as pessoas troquem cds entre si. Na missa católica há também um momento em que o padre 'ordena' aos fiéis a permuta de beijinhos e abraços. Isto desemboca tudo no mesmo. Na ideia de comunidade, de partilha. Gratuitidade. É o que define esta era da globalização, do digital e downloads ilegais, diz Miller. Como se tivesse lido sobre as profecias de Agostinho da Silva. Miller evoca uma dezena de pensadores cruciais - Kant, Baudrillard, Benjamin, Adorno, McLuhan... - mas não de modo elaborado. No formato em que prelecciona não tem cabimento o entrelaçar jubiloso de teses citadas e o seu próprio pensamento. As citações eclodem como loops. Quote to impress. É a lógica da colagem, da montagem. É o que lhe interessa. A colagem, a fragmentação, a decomposição, a recomposição. O passado é esgravatado a eito em busca de referências que sustentem e adornem conceptualmente a sua opção artística. Futuristas, surrealistas, dadaistas, cubistas, beatniks, o cinema, a fotografia. Ah, e Warhol. Warhol e o primado da repetição. [DESVIO OPCIONAL]. O mundo nunca foi tão repetitivo. Notícias repetidas à exaustão 24 sobre 24. Séries e programas televisivos fractalmente repetidos. Canais vocacionados em exclusivo para reposições. Reciclar o lixo. Clonar políticas. 'Franchisar' oportunidades. Uniformizar espaços. Se a terra é tão vasta e diversa porquê tanta repetição?[Fim de DESVIO OPCIONAL]. Aquando deste desvio reflexivo e concomitante observação de um passarinho saltitante no jardim, Miller terá evocado Nietzsche, não se podendo assegurar que o tenha feito a propósito do eterno retorno. A tecnologia criou dispositivos descomunalmente capacitados para o armazenamento de informação. O espaço de armazenamento é ilimitado, não o de exibição. Os conteúdos são editados ou validados segundo cálculos de impacto e um ensopado multivitaminado de critérios electivos. A redefinição do espaço de exibição consubstancia uma das reviravoltas de proa deste século. Democratiza-se o sistema, bipolariza-se o processo comunicacional, enaltece Miller. O receptor detém agora o poder, mercê das novas tecnologias, de reeditar a mensagem e reenviá-la ao primeiro emissor e demais destinatários. Mas Miller expurga do seu discurso as evidências de conflito, as contradições éticas inerentes ao processo. E tem obrigação de confrontá-las não enquanto artista mas como analista. Acontece que ambos se mobilizam unicamente em função dos interesses do artista. O analista colecta argumentos no intuito de caucionar o ofício do criativo. A isso chama-se estratégia de marketing. Afinal, Miller publicita-se a si próprio e ao seu livro. O problema é que, independentemente do paradigma comunicacional, emergente ou dominante, a inventividade e a criatividade são bens escassos.

Sunday, June 03, 2007

 
Swimmer

Técnica e psique sufocantes debaixo de água comprovadas uma vez mais diante de Schnyder, forçada ao malbaratamento de dois match points. Com o passar dos anos o arcaboiço de Sharapova assemelha-se hoje mais ao de uma nadadora que ao de uma tenista. Mérito do deplorável conluio entre genética e musculação. Mais anos passarão, e a prazo, acentuando-se a tendência, teremos muito provavelmente uma baleia.

Saturday, June 02, 2007

 
Arm

Tríptico inusitado.

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