Home is where the global is
A dissertação de Homi Bhabha foi apanhada a meio e escutada com o traseiro assente nas escadas do átrio onde um écran grande transmitia em directo o que se passava no púlpito do lotado auditório-2 da Gulbenkian. Chegado a Lisboa com a patente de general dos estudos pós-coloniais, a Bhabha coube a honra de abrir o fórum cultural O Estado do Mundo que decorre na Gulbenkian ao longo do que resta deste ano e do próximo. E fê-lo bem, magistralmente até. Perpassou todas as temáticas ardentes deste conturbado e assimétrico mundo contemporâneo. Quanto à globalização, Bhabha foi lapidar ao reiterar que a globalização começa em casa. Enquanto afinam estratégias de sobrevivência no rendilhado de complexidades culturais, económicas e políticas da arena internacional, os estados deveriam instruir-se nos modos de gerir divergências culturais e discrepâncias económicas, dentro de portas.