Bad boys É bem possível que incorra aqui numa suspeita precipitada, mas, depois de terem substituído o cigarro de Lucky Luke por um ramito de capim, tem-me parecido indisfarçavel o zelo de Hollywood em incrementar heróis não-fumadores. Nada contra tal saneamento às mãos do anti-tabagismo fervoroso em vigor nas terras do tio Sam, e que, mais uns anos, promete mapear também o velho continente. O que causa alguma náusea ideológica é o facto de, de há uns tempos a esta parte, notar-se que no cinema norte-americano os fumadores tendem a ser cada vez mais, e apenas, os maus ou problemáticos da fita. O cigarro que fora outrora um traço de charme, heroísmo e distinção nos lábios de Bogart ou Clint passa a condensar de uma assentada sintomas de maldade congénita, decadência moral, fraqueza de espírito e sociopatia.